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TI?

No limite
Após mais um dia somente de reuniões, desabafou para o colega de trabalho. "Estou emburrecendo! Batata!". Marquinhos não entendeu e Lourival explicou: "Faz mais de duas semanas que não faço nenhuma especificação, que não programo uma linha de código".. Continuou... "É só Comitê pra cá, comitê pra lá, qualquer coisa que acontece no ambiente, reunião. Assim não dá".
Explicando
Segundo a gerência, isso era fundamental para o alinhamento da área. A falta de comunicação entre a TI e área de negócio já estava passando dos limites e uma consultoria recente tinha dito, "Precisamos alinhar o TI ao negócio"... Era a deixa...
Mas o pobre analista de sistemas, que adorava lógica e meter a mão de vez enquando nos códigos do sistema desenvolvido internamente, começava a desanimar. Se sentia mais um burocrata do que um técnico ou especialista. Via, sem poder fazer nada, a quantidade de alterações necessárias se acumulando e em consequência, a quantidade de erros e reuniões de planos de ação aumentando desproporcionalmente.
O que fazer?
"Vou falar com o Gerente da área", disse Lourival. "Tem certeza? Vou ele que trouxe isso pra cá!. Olha lá.. Não vai perder teu emprego... tem uma crise aí fora!" enfatizava seu colega e confidente.
Ficou naquele dilema... Falava e corria o risco de uma demissão ou se livrava daquele peso e desembuchava tudo para o Gerente.
Esperou, pensou, consultou as bases, analisou seu contra-cheque e decidiu aprender a lidar com aquela situação.
O jogo era diferente, não técnico, mas interessante. Começou a liderar alguns Comitês e Comissões de melhorias de processos. Em paralelo começou a aperfeiçoar ser Curriculum, a fazer cursos, atualizar seu Linkedin, contatos e habilidades.
E no fim, bom, no fim o resultado foi previsível. Pediu as contas e trocou de empresa! 
Marquinhos continuava não entendendo, e quando Lourival pediu as contas, perguntou: "Mas você já não estava gostando desta nova realidade?" 
A resposta foi clara. "Não me formei em marketing ou RP, sou analista de sistemas, gosto de informática... e isso aqui não é tudo, menos informática... Tchau! Fui! Boa Sorte!"
Marquinhos ficou triste, pensou naquele jogo em C que precisou programar na faculdade, na última implantação de ERP da companhia, no framework J2ee que ajudou a desenvolver e, assim como Lourival, começou a pensar, consultar....

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